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26/01/2018

O meu azul preferido


Há lugares que já os tomamos como nossos de certa forma, que já são tão familiares que parecem a nossa casa. Neste caso, seria a minha casa no verão. Esta é a praia, a minha praia, já lá vão.... Não consigo saber há quantos anos exatamente, mas desde que fazia castelos e buracos na areia molhada, e bolos também! Com algas por cima e imaginava que era ananás! Acreditem, há muitos muitos anos! 

A minha mãe diz que não havia um dia em que não fizesse uma amiga nova. A verdade é que fui ganhando timidez com o passar dos anos, porque quando era mais nova não tinha papas na língua, e no que dizia respeito a fazer amigas, eu era perita! Ainda me lembro de algumas, sim.

Fui crescendo, ainda que não muito, e conheci a Margarida, a minha "amiga da praia". Desisti de fazer amigos à toa e de nunca mais os ver e fiz uma amizade que perdurasse por muitos anos. Que ainda dura e durará.

Não foram as ondas geladas que me fizeram não gostar de nadar neste mar. Quer dizer, se a água fosse um bocado mais quente não me importava, uma vez que há alturas sque sinto os pés a congelar mal entro. Praias do Norte. E tenho sorte enquanto não vem uma nortada! 
Se há mar que eu conheço é este! Sei em que zonas me sinto mais à vontade de entrar, nadar. Onde são as ondas maiores e menores. Até sei de onde vêm as correntes quentes que sabem tão bem!

Também foi aqui onde ganhei medo de ondas grandes, daquelas de "surfista" que já vêm a rebentar quando chegam até nós. Nunca mais me esqueci do dia em que dei um mergulho - tinha eu uns 5 anos talvez- numa dessas ondas grandes e me senti dentro de uma máquina de lavar roupa. Saí em pânico do mar e a partir daí nunca mais fui aventureira ao ponto de me meter no meio de ondas que ultrapassem o meu tamanho. Se forem a Mindelo e virem alguém a sair da água aquando a aproximação de uma onda grande (aquelas que toda a gente acha fixe porque dão para mergulhar bem) sou eu! 

Nesta praia ainda há o senhor a vender a batatinha e a língua da sogra, sim! Embora agora já tivessem aderido à moda de vender bolas de berlim. Ainda há barracas cobertas com o tecido às riscas e no caminho, até lá chegarem, passam por casas de pescadores e vaquinhas a pastar nos campos. Creio que é essa a essência de Mindelo e que torna este sítio tão único e peculiar. 

Esta é a praia da minha infância, adolescência e juventude... E espero ser velhinha e ainda vir cá, nem que seja para reclamar da água fria ou do vento! 

2 comentários:

  1. Há sítios que serão sempre nossos, que nos trazem memórias únicas e vontade de voltar sempre. Gostei muito do texto :)

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  2. Existem sítios que nunca vamos esquecer e serão sempre a nossa casa e eu acho isso tão bonito!

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