Oh, Carnaval!

Desde que me lembro, nunca vibrei muito com o Carnaval. Achei piada, em tempos, mas nada mais do que isso. Era aquele frenesim de preparar o fato para o desfile da escola e a curiosidade de ver o dos outros. A correria, o convívio, a felicidade de sair à rua vestida na pele de outra pessoa ou coisa. 

Embora não morresse de amores por esta época festiva, tenho de admitir que já me mascarei de formas muito originais, desde cama (sim, cama! Tenho pena de não ter comigo uma foto para vos mostrar), a regador de flores e estendal! Muitas foram as fatiotas com que desfilei nos meus 12 anos de escola. Também cheguei a ser hippie, boneca ou índia. 

Ainda consigo contar pelos dedos os anos que passaram que não me mascarei de nada e que este dia passou por mim como quem não quer a coisa, sem eu lhe ter ligado muito. Não sei se é da cultura da minha terra não se ligar muito a esta festa ou se durante estes últimos anos ter andado ocupada com os estudos e a minha cabeça não estava para aí virada. Mas este ano vai ser diferente!

Hoje, e ao fim de muito tempo, vou sair à rua mascarada e dar uma segunda oportunidade ao Carnaval. Vou dançar ao som de músicas que gritam Carnaval e meter-me na confusão de mascarados. Vou meter ao bolso esta minha indiferença por este dia e tentar entrar no ritmo de quem nunca menosprezou esta época.